
[dropcap]V[/dropcap]ocê sabia que o termo freelancer é bem antigo e nasceu no tempo das cruzadas? Verdade, mas curiosamente a profissão mudou bastante e é hoje uma das principais atividades da nova economia e uma profissão do futuro.
O que é freelancer? De onde vem essa palavra?
A palavra FREELANCER nasceu do termo ‘lanceiro livre’ e remonta aos tempos medievais, quando um cavaleiro mercenário tinha sua lança livre (free lance) e colocava sua arma a disposição do nobre que lhe pagasse mais para usá-la na guerra a seu favor.
Sir Walter Scott foi o primeiro a usar o termo em seu livro Ivanhoe, escrito em 1819.
A origem da palavra possui uma clara conexão visual com as ferramentas dos soldados mercenários e sua capacidade ilimitada para vender seu trabalho a diferentes compradores.
Esses conceitos não mudaram muito com o tempo
Os cavaleiros de outrora, são hoje os profissionais autônomos que dispõem de seus tempos livres, oferecendo sua força de trabalho em tempo parcial ou integral a vários empregadores.
Suas habilidades são suas armas de guerra, e neste cenário, o conhecimento e a disciplina contam muitos pontos a favor desses profissionais, qualificando-os a conseguir sempre boas demandas e assegurar trabalhos constantes.
Mas diferente da dura realidade dos lanceiros livres dos tempos medievais, que tinham de sobreviver às mortíferas investidas de inimigos externos, alguns dos maiores desafios que o profissional freelancer de hoje precisa vencer, para se manter vivo no mercado, são de ordem interna como: a organização pessoal, o gerenciamento de prazos, o relacionamento com o cliente e a gestão financeira.
A crise do mundo corporativo moderno
O rápido avanço tecnológico das últimas décadas trouxe profundas transformações na sociedade e um novo cenário mundial se desenhou com o estopim da revolução tecnológica e do conhecimento.
As relações de trabalho tradicionais ficaram obsoletas. Alguns aspectos dessas relações como: modelos de hierarquias verticalizadas, políticas de carreiras limitadas, falta de autonomia no emprego e rigidez no cumprimento de horários, tem sido um desafio nas relações trabalhistas dentro das organizações modernas.
Hoje vivemos em realidades digitais, dinâmicas, colaborativas e cheias de possibilidades, e muitos tem dificuldades para se enquadrar profissionalmente nessas estruturas engessadas e sentem-se instigados a trilhar caminhos próprios.
O outro lado da moeda
O mercado começa aos poucos a despertar para essa nova realidade. As facilidades das novas tecnologias e telecomunicações tem feito com que as empresas reformulem seus conceitos de empregos e uma gama de novas oportunidades tem surgido para trabalhadores colaboradores ou freelancers atuarem em mercados de projetos.
É bom para as empresas, que reduzem seus custos com quadro de funcionários fixos, impostos, infra-estrutura e passam a demandar a mão de obra de profissionais que trabalham remotamente de suas casas em esquema de home-office.
Empresas como a IBM contratam serviços freelancers para desempenharem tarefas específicas, como a criação de softwares. A Apple já pagou mais de 7 bilhões de dólares aos cerca de 300.000 profissionais autônomos dedicados a desenvolver aplicativos para o iPhone e a Google vem estimulando da mesma forma profissionais independentes para o desenvolvimento dos mais de 800.000 aplicativos para seu sistema Android.
Estamos à beira de um novo mundo do trabalho, em que muitas organizações não terão mais um centro — ou, mais especificamente, em que teremos quase tantos “centros” quanto pessoas.
Thomas W. Malone, Professor da MIT, nos EUA, pesquisador e autor do livro “O Futuro dos Empregos”
A profissão freelancer está em alta no mundo
O mercado de freelancers cresceu mais de 50% nos últimos cinco anos , segundo uma consultoria de negócios americana e movimentaram meio bilhão de dólares em 2014 só nos Estados Unidos, num total de quase três milhões de projetos independentes.
Os EUA lideram com metade do mercado. A segunda colocação é ocupada pela Índia, com uma fatia de 25% do mercado mundial. O Brasil junto com outros países ocupam os 25% restante.
Nos EUA, de cada 9 trabalhadores 3 dedicam-se a trabalhos independentes. Isso representa 34% da força de trabalho, cerca de 53 milhões de americanos, segundo o Freelancers Union e chegará a 50% até 2020.
O empreendedorismo brasileiro
A pesquisa GEM 2013 sobre Empreendedorismo no Brasil revela que os brasileiros lideram o ranking de empreendedorismo por oportunidade entre os países do BRICS e os indicadores brasileiros não ficam muito atrás de países como Estados Unidos e Reino Unido. Grande parte dessa força empreendedora vem dos jovens que sonham trabalhar por conta própria.
Segundo outra pesquisa do Sonho Brasileiro, feita com jovens de todo o Brasil entre 18 a 24 anos, a “profissão dos sonhos” que lidera o ranking das mais desejadas é ser empreendedor, desenvolver seu próprio negócio e ser seu próprio patrão.
Grande parte dos que abraçam a profissão freelancer são empreendedores por excelência. São pessoas que buscam novas possibilidades de ganhos exercendo sua profissão com autonomia, flexibilidade de horário e buscando sua realização pessoal.
O mercado de freelancer no Brasil
O número de profissionais autônomos vem crescendo no Brasil. Muitos começam a trabalhar como freelancer quando estão desempregados, alguns quando veem oportunidades e outros para terem uma renda extra, atuando nas horas vagas, trabalhando a noite, nas madrugadas e finais de semana.
Uma das maiores plataformas de busca de emprego temporário e terceirizado do mundo, a freelancer.com, conta com mais de 200 mil usuários brasileiros. O número de profissionais cadastrados no serviço cresceu 100% em relação ao ano passado. Somente em 2013, a plataforma movimentou aproximadamente 2,8 milhões de reais no mercado brasileiro com projetos desenvolvidos para empresas de todo o mundo e mais de 20 mil projetos foram entregues pelos freelancers nacionais.
Segundo levantamento do site, as demandas mais procuradas no país são por profissionais das áreas de programação, design, tradução e produção de conteúdos.
Desafios para a profissão freelancer
Há ainda alguns entraves na legislação trabalhista como a falta de uma regulamentação específica para o reconhecimento desse tipo de trabalho como uma profissão legítima para assegurar benefícios aos profissionais, mas mesmo trabalhando de forma independente, o freelancer pode recolher o INSS como contribuinte individual pagando 11% ou 20% de um salário mínimo para conseguir o benefício da aposentadoria.
O que percebemos é que diante do barateamento de equipamentos, das facilidades tecnológicas de comunicação e das possibilidades de poder ter ganhos variados, receber de várias fontes, fazer o seu próprio horário e trabalhar em casa, a profissão freelancer é um modelo de trabalho em crescimento, que atende tanto aos anseios do mercado como daqueles que buscam uma satisfação profissional.
Porém tanto aqueles que trabalham full-time ou em tempo parcial, precisam manter uma boa organização e planejamento para manterem uma carreira de sucesso nessa profissão freelancer.
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Fala, Nilton!! Excelente conteúdo… Precisamos de mais parâmetros para o mercado freelancer. Continue com o bom trabalho, abs!!